Cápsulas gelatinosas que, sem energia elétrica ou fogo, passam a noite protegendo os ambientes - e as pessoas - contra qualquer mosquito estão sendo desenvolvidas em um projeto para o controle da malária. Coordenada pelo entomólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Wanderli Tadei, a pesquisa usa a nanotecnologia para causar menos danos ao meio ambiente do que os inseticidas, além de economia.
"Conseguimos com o protótipo das cápsulas o mesmo índice de mortalidade do mosquito da malária, mas com uma quantidade 25 vezes menor de piretróide (inseticida normalmente colocado na parede das casas para dar o efeito de repelência ao mosquito da malária)", explica o pesquisador.
Se os testes práticos obtiverem sucesso, além de combater o mosquito transmissor da malária, a técnica poderá no futuro ser usada para evitar outras enfermidades. "Podemos dizer que o coquetel de óleos é eficaz contra mosquitos como o transmissor da dengue e outras doenças", afirmou Tadei.
Segundo ele, os óleos são muito voláteis, por isso a ideia de encapsulá-los fez com que a liberação ocorra de forma mais lenta. "Usar apenas os óleos em recipientes numa sala pequena podem repelir os mosquitos, mas duram no máximo duas horas. A ideia das cápsulas é chegarmos a um resultado que dure dias."
As cápsulas em teste misturam vários óleos, na maioria de plantas amazônicas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O pesquisador coordena uma equipe de 70 cientistas do Inpa, das Universidades de São Paulo (USP), de Campinas (Unicamp), das federais do Maranhão, Tocantins, Roraima e Mato Grosso e também da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
Segundo Tadei, os óleos são muito voláteis, por isso a ideia de encapsulá-los fez com que a liberação ocorra de forma mais lenta. "Usar apenas os óleos em recipientes numa sala pequena podem repelir os mosquitos, mas duram no máximo duas horas. A ideia das cápsulas é chegarmos a um resultado que dure dias."
Espécies locais. As cápsulas em teste misturam vários óleos, na maioria de plantas amazônicas.
O protótipo atual está sendo produzido com micro-cápsulas com dilapiol (extraído da árvore pimenta-longa), óleos de árvores breus, óleo do arbusto pimenta-de-macaco (Piper aduncun) e o eugenol (óleo do cravo-da-índia).
O projeto começou em novembro e está previsto para ser concluído em 2012. Ele conta com recursos da Rede Malária, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Nos laboratórios das duas universidades paulistas envolvidas no estudo estão sendo feitos os testes usando a nanotecnologia para a confecção das cápsulas. Os pesquisadores paulistas também são responsáveis pelos testes de toxicidade do produto em humanos e animais.
PARA ENTENDER
A malária é uma doença infecciosa com febre aguda, causada por um parasita chamado Plasmodium. A transmissão ocorre por meio da picada do mosquito Anopheles, que se infecta ao sugar o sangue de um outro doente.
Se não for tratada, a malária pode evoluir rapidamente para uma forma grave, com potencial de matar o doente. Os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dores no corpo, fraqueza, febre alta e calafrios. Em geral, esse quadro é acompanhados por dor abdominal, dor nas costas, tontura, náuseas e vômitos.